terça-feira, 23 de junho de 2009

UM TERÇO DAS VÍTIMAS DE ESCRAVIDÃO SEXUAL RECUSA AJUDA

Um terço das mulheres que a Associação Portuguesa para o Planeamento da Família (APF) acolhe como supostas vítimas de tráfico para escravatura sexual acabam por abandonar o projecto, disse hoje a presidente da associação, Manuela Sampaio.
Vão-se embora "porque não se assumem como vítimas, porque não querem ficar ou porque não são mesmo vítimas. E nós também descobrimos isso", afirmou a dirigente associativa, que falava à Lusa no Porto, à margem de uma formação para técnicos e magistrados que lidam como casos de mulheres estrangeiras forçadas a prostituir-se em Portugal.
A APF tem, há cerca de um ano, um casa-abrigo para mulheres imigrantes escravizadas. Nessa casa-abrigo, as mulheres "vão construindo um projecto de vida alternativo", que tanto pode passar pela preparação do regresso ao país, como da sua plena integração na sociedade portuguesa, através de um emprego ou mesmo da constituição de um núcleo familiar. A presidente da associação não quis revelar quantas mulheres acolhe o projecto, por serem números "confidenciais".