Em Machaze, interior da província moçambicana de Manica, há pessoas que esperam há um ano pelos corpos de familiares, vítimas de ataques xenófobos em 2008 na África do Sul. Sem esperança e sem dinheiro.
Machaze é um distrito com poucos empregos locais, onde os habitantes são tradicionalmente mineiros na África do Sul. Hoje, várias famílias continuam a reivindicar os corpos dos familiares, enterrados no país vizinho, alguns sem consentimento e até conhecimento dos que ficaram.
"Só sei que o meu marido foi a enterrar num cemitério da África do Sul. Isso porque não havia condições de trasladar o corpo para Machaze. Temos tentado juntar dinheiro para trasladá-lo, mas está difícil porque ele era a única pessoa que sustentava a família", diz à Agência Lusa Teress Isaías, viúva de uma das vítimas.
