domingo, 28 de junho de 2009

APELO EM NOME DE MOHAMED FAHSI



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Se lhe falassem num país onde a legislação permite manter alguém detido indefinidamente, em regime de incomunicabilidade, sem qualquer obrigatoriedade de notificar a família sobre a detenção, sem que tenha que ser presente a um juiz antes de cinco dias, sem acesso a advogados ou médicos, onde é que a sua mente o levaria? E se lhe dissessem que é algo que acontece mesmo aqui ao lado, na vizinha Espanha, acreditava?

Mohamed Mrabet Fahsi é a prova viva de que tudo isto é verdade. Detido em sua casa, perto de Barcelona, na madrugada de 10 de Janeiro de 2006, foi levado por agentes encapuzados da Guardia Civil, vendado, sob suspeita de colaboração com um grupo armado terrorista. Foi transportado para Madrid, onde permaneceu no Centro de Detenção da Guardia Civil de Guzmán el Bueno por quatro dias.

Durante esse período, foi mantido numa sala que não lhe permitia identificar o dia ou a noite e sujeito a várias formas de tortura e maus tratos. Além de ameaças verbais, islamofóbicas e de natureza sexual contra a sua pessoa e a sua família, Mohamed foi obrigado a permanecer de pé até à exaustão, impedido de dormir, sujeito a frio extremo e espancado, repetidamente, enquanto era drogado com substâncias alucinogénias.