quinta-feira, 9 de outubro de 2008

VOOS DA CIA: OS 13 VOOS COM ESCALA EM PORTUGAL

Um relatório da Amnistia Internacional divulgado esta quinta-feira refere 13 voos alegadamente vinculados aos serviços secretos norte-americanos CIA e que pararam em aeroportos portugueses entre 2002 e 2005, nomeadamente em Ponta Delgada, Lajes, Porto e Faro, noticia a Lusa.
O relatório da organização de defesa dos direitos humanos analisa a participação espanhola na «guerra contra o terrorismo» dos EUA, realçando que mais de 200 presos de Guantanamo passaram por aeroportos espanhóis. Especificamente, a análise não refere quantos passageiros terão passado por aeroportos espanhóis, mas nota que os dados conhecidos incluem «investigações feitas em Portugal».
Incluídos estão o voo de matrícula N50BH, que viajou entre Faro e Barcelona a 16 de Maio de 2003, o N219D de Sevilha para a base das Lajes a 3 de Outubro de 1004 e o N1HC entre Málaga e o Porto a 5 de Maio de 2005.
Voos da CIA: «Acha que os presos chegaram a nado?»
A maioria dos voos referenciados (10 dos 13 que se referem a Portugal) tiveram como origem ou como destino Ponta Delgada, sendo que todos eles dizem respeito ao avião com a matrícula N8213G.
As viagens ocorreram a 26 de Março de 2002 (Ponta Delgada-Valência), a 28 de Março (Luxor-Valência-Ponta Delgada), a 4 de Maio (Ponta Delgada-Valência) e, dois dias depois, Luxor-Valência-Ponta Delgada. A 7 de Fevereiro de 2003 está registada uma viagem entre Madrid e Ponta Delgada, a 9 de Maio entre Ponta Delgada e Valência e a 7 de Junho uma outra com rota idêntica.
A Amnistia Internacional regista um novo voo a 7 de Agosto de 2003 do mesmo avião, desta feita com a rota Ponta Delgada-Valência-Hurghada (Egipto) e a 4 de Abril de 2004 um outro entre Atenas, Valência e Ponta Delgada. O último voo registado com essa matrícula ocorreu a 20 de Junho de 2006, entre Ponta Delgada e Valência.
«A lista inclui voos identificados pelo Parlamento Europeu com origem e/ou destino suspeitos e sobre os quais a Amnistia Internacional também dispõe de informação, rotas confirmadas pelas autoridades espanholas e movimentos de aviões que aparecem nas investigações realizadas em Portugal e que estão em mãos do juiz da Audiência Nacional», explica a organização não governamental.